Por Clement Rossignol e Yves Herman
BRUXELAS (Reuters) - A polícia belga usou canhões de água no centro de Bruxelas nesta sexta-feira para reprimir manifestantes inspirados pelos "coletes amarelos", um movimento francês anti-impostos, que atiraram pedras perto do escritório do primeiro-ministro.
A polícia fez dezenas de prisões e manifestantes destruíram pelo menos duas viaturas da polícia, conforme uma manifestação pacífica, mas não autorizada, sem liderança evidentes e amplamente promovida nas mídias sociais, desandou na violência, enquanto pessoas mascaradas ou encapuzadas tentavam violar as linhas policiais.
Durante três horas uma multidão reclamou dos preços dos combustíveis e de uma piora no padrão de vida, percorrendo as ruas e tumultuando o trânsito. A polícia disse que deteve cerca de 60 pessoas antes da violência, principalmente pelo bloqueio de ruas ou portarem fogos de artifício potentes.
Várias centenas de manifestantes com coletes de segurança fluorescentes que os motoristas precisam ter em seus veículos acabaram convergindo para o escritório do primeiro-ministro, Charles Michel. Alguns lançaram pedras, fogos de artifício e placas de sinalização na direção dos policiais, que os encharcaram com jatos de água de alta pressão.
Os protestos na Bélgica, sobretudo perto de depósitos de combustíveis no sul do país onde o idioma é o francês, se inspiraram nas ações dos "coletes amarelos" da França contra aumentos nos impostos de combustíveis adotados pelo governo do presidente Emmanuel Macron, parte dos esforços para reduzir as emissões que causam o aquecimento global.
"Michel, renuncie!", bradavam as pessoas nesta sexta-feira. Michel, aliado liberal de Macron, expressou solidariedade pelas queixas na quinta-feira, mas acrescentou: "O dinheiro não cai do céu".
Sua coalizão de centro-direita enfrentará uma eleição em maio.