Por Andrew Osborn e Anton Zverev
MOSCOU/KERCH, Crimeia (Reuters) - Importantes políticos da Alemanha, Áustria, Polônia e Estônia levantaram, nesta terça-feira, a possibilidade da União Europeia impor novas sanções contra a Rússia para penalizar o país por capturar três embarcações ucranianas, em um incidente que fez o Ocidente temer o início de conflitos maiores.
Os mercados financeiros reagiram à perspectiva de novas sanções do Ocidente que podem prejudicar a economia russa, embora o rublo tenha recuperado nesta terça-feira algumas perdas sofridas no dia anterior, uma vez que investidores acreditam que qualquer nova sanção não será implementada rapidamente.
Depois que a Rússia alvejou e capturou três embarcações ucranianas no domingo, perto da Crimeia, região anexada por Moscou, tanto a Rússia quanto a Ucrânia estão tentando responsabilizar o outro lado.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse à chanceler alemã, Angela Merkel, por telefone na segunda-feira, que Moscou está disposta a fornecer mais detalhes para comprovar sua versão dos fatos. A Rússia disse que a Ucrânia a provocou deliberadamente para desencadear uma crise.
A Ucrânia, que na noite de segunda-feira decretou a lei marcial por 30 dias em partes do país que considera mais vulneráveis a um ataque russo, disse que seus navios não fizeram nada de errado e pediu que o Ocidente imponha novas sanções contra Moscou.
Alguns dos mais de 20 tripulantes das embarcações ucranianas detidos por Moscou por adentrar águas russas apareceram na televisão estatal da Rússia nesta terça-feira admitindo ter participado de uma provocação planejada. Kiev denunciou o que descreveu como confissões forçadas.
Os tripulantes ucranianos devem comparecer a um tribunal russo ainda nesta terça-feira. Suas embarcações foram capturadas por forças russas perto do Estreito de Kerch, que é a única saída para o Mar de Azov e controla o acesso a importantes portos da Ucrânia.
A Alemanha, potencialmente a voz de liderança em qualquer cobrança por ações do Ocidente, pediu que os dois lados ajudem a reduzir as tensões, embora sinalizando uma postura mais rígida em relação à Rússia.
Norbert Roettgen, membro da União Democrata Cristã, partido de Angela Merkel, e importante aliado da chanceler, disse que a Europa pode precisar reforçar as sanções contra Moscou.
Karin Kneissl, ministra de Relações Exteriores da Áustria, disse que a União Europeia irá considerar novas sanções dependendo "da exposição de fatos e da conduta futura de ambos os lados".
Enquanto isso, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, disse que seu país está pronto para apoiar a imposição de novas sanções e o ministro de Defesa da Estônia, Juri Luik, descreveu as sanções como "provavelmente o jeito mais potente de sinalizar à liderança russa que nós somos sérios".
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 22237141)) REUTERS MCP AC