Por Scott Malone e Ian Simpson
BALTIMORE, Estados Unidos (Reuters) - Um inquérito da polícia de Baltimore, nos Estados Unidos, sobre a morte de um homem negro que sofreu graves lesões na coluna vertebral enquanto esteve preso foi entregue nesta quinta-feira à promotora-chefe da cidade, que deve decidir se quer ou não apresentar acusações contra qualquer um dos seis oficiais de patrulha envolvidos na prisão da vítima.
O gabinete de Marilyn Mosby, procuradora estadual de 35 anos, irá incluir o inquérito policial interno como parte de sua própria investigação sobre a morte de Freddie Gray, que foi ferido em algum momento entre sua prisão em 12 de abril por porte de canivete e sua chegada à delegacia.
A morte de Gray em 19 de abril se tornou o mais recente ponto de fúria num debate nacional sobre o uso da força policial letal e as relações raciais, desencadeando manifestações e uma noite de tumultos em Baltimore, no Estado norte-americano de Maryland.
Os protestos se espalharam para outras grandes cidades na quarta-feira, uma reprise das manifestações do ano passado depois de assassinatos de homens negros desarmados cometidos pela polícia em Ferguson, no Estado de Missouri, Nova York e outros lugares.
Mosby, uma afro-americana eleita em novembro, disse que sua equipe foi regularmente informada por investigadores da polícia durante o andamento do inquérito, e, ao mesmo tempo, seu gabinete conduziu sua própria investigação independente.
"Não estamos contando apenas com as conclusões deles, mas também com os fatos que temos recolhido e verificado", disse Mosby em comunicado. "Pedimos ao público que se mantenha paciente e pacífico e confie no processo do sistema judicial."
Mosby enfrenta o maior teste de sua curta carreira na tentativa de determinar o que exatamente aconteceu com Gray, de 25 anos, e se qualquer um dos seis oficiais devem ser acusados criminalmente. Os seis foram suspensos.
Enquanto não havia planos imediatos de divulgar as conclusões do inquérito policial, o relatório foi entregue um dia antes do esperado, destacando a urgência dada pelas autoridades ao caso de Gray.
Um toque de recolher foi mantido pela segunda noite e uma relativa calma voltou à cidade predominantemente afro-americana. Saques, incêndios criminosos e confrontos de rua com a polícia tomaram conta de Baltimore na segunda-feira após o funeral de Gray.
(Reportagem adicional de Mary Wisniewski, em Chicago)