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Polícia francesa revista casas em busca de suspeitos e avisa que “é só o começo”

Publicado 16.11.2015, 11:25
© Reuters. Policial vasculhando veículo suspeito próximo ao restaurante La Carillon, após ataques em Paris

Por Chine Labbé e Crispian Balmer

PARIS (Reuters) - A polícia invadiu casas de supostos militantes islâmicos em toda a França durante a noite em decorrência dos ataques em Paris, e uma fonte próxima à investigação disse que um cidadão belga que está na Síria é o principal suspeito de ter orquestrado o caos de sexta-feira.

Os promotores disseram que um dos agresores tinha sido registrado no mês passado na Grécia, onde suas impressões digitais foram recolhidas, alimentando especulações de que o Estado Islâmico aproveitou o recente influxo de refugiados que fogem do Oriente Médio para infiltrar militantes na Europa.

Os ataques em Paris, que mataram 129 pessoas, levaram a pedidos de que a União Europeia feche as fronteiras aos requerentes de asilo.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, advertiu que a França poderia ser atingida por nova onda de violência, mas disse que o Estado Islâmico, que assumiu a responsabilidade pelos ataques dizendo se tratar de uma retaliação pelos ataques aéreos franceses no Iraque e na Síria, nunca vencerá.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, declarou a jornalistas nesta segunda-feira que a polícia prendeu 23 pessoas e apreendeu armas, incluindo lança-foguetes, em 168 investidas durante a noite. Outras 104 pessoas foram colocadas sob prisão domiciliar, disse.

"Que isto fique claro para todos, este é apenas o começo, estas ações vão continuar", disse Cazeneuve.

Aviões de guerra franceses atacaram posições do Estado Islâmico no seu reduto sírio de Raqqa, na tarde de domingo – em seu maior bombardeio desde o início das operações, como parte de uma missão liderada pelos Estados Unidos, iniciada em 2014.

SUPOSTO MANDANTE

A investigação sobre os ataques coordenados em Paris, a pior atrocidade na França desde a Segunda Guerra Mundial, levou rapidamente à Bélgica depois que a polícia descobriu que dois dos carros usados ​​pelos militantes haviam sido alugados na região de Bruxelas.

No domingo, as autoridades belgas disseram ter prendido sete pessoas em Bruxelas, e um outro homem –um dos três irmãos que se acredita estejam envolvidos na carnificina– estava sendo caçado.

Uma fonte próxima à investigação disse que há uma suspeita de que o belga Abdelhamid Abaaoud, atualmente na Síria, tenha ordenado a operação de Paris. "Ele parece ser o cérebro por trás de vários ataques planejados na Europa", afirmou a fonte à Reuters.

Promotores franceses dizem ter identificado cinco dos sete suicidas que morreram na sexta-feira. Quatro eram franceses, enquanto o quinto homem, cujas impressões digitais foram recolhidas na Grécia em outubro, era possivelmente sírio.

Valls disse que desde meados do ano os serviços de inteligência franceses tinham impedido cinco ataques.

"Sabemos que mais ataques estão sendo preparados, e não apenas contra a França, mas também contra outros países europeus", disse Valls à rádio RTL. "Vamos conviver com essa ameaça terrorista por um longo tempo."

O número de mortos foi revisado para baixo, para 129, por um erro de contagem. Dezenas de pessoas permanecem em unidades de tratamento intensivo.

A França declarou três dias de luto nacional e o presidente François Hollande vai fazer um raro pronunciamento às duas casas do Parlamento em conjunto no final do dia, no Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris.

© Reuters. Policial vasculhando veículo suspeito próximo ao restaurante La Carillon, após ataques em Paris

As escolas em Paris reabriram nesta segunda-feira, e muitos museus iriam abrir suas portas no período da tarde, após um fechamento de 48 horas, mas alguns locais turísticos populares, incluindo a Disneylândia, permanecem fechados.

A polícia citou o nome de apenas dois atacantes franceses, Ismael Omar Mostefai, 29 anos, de Chartres, a sudoeste de Paris, e Samy Amimour, 28, do subúrbio parisiense de Drancy. A mídia identificou, porém, os dois outros agressores franceses como Bilal Hadfi e Ibrahim Abdeslam.

(Reportagem adicional de Matthias Blamont, John Irish, Leigh Thomas, Ingrid Melander, Michael Nienaber, Marine Pennetier, Robert-Jan Bartunek e Claire Watson)

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