VARSÓVIA (Reuters) - A Polônia pode estar aberta a assumir um compromisso ligado às demandas britânicas por uma maior limitação dos direitos de imigrantes da União Europeia, com a condição de que Londres ajude a intensificar a presença da Otan na região central da Europa, disse o chanceler polonês, Witold Waszczykowski, à Reuters.
Com centenas de milhares de poloneses vivendo na Grã-Bretanha, Varsóvia é um dos países da UE que mais criticam a proposta do premiê britânico, David Cameron, de cortar benefícios para imigrantes como parte de uma revisão geral dos termos da adesão da Grã-Bretanha à UE.
Cameron estabeleceu um prazo até o fim de 2017 para a realização de um referendo sobre a permanência da Grã-Bretanha na UE, mas recentemente fez suas mais veementes insinuações de que espera realizar o pleito ainda em 2016.
Cameron saiu de Varsóvia com as mãos vazias no mês passado, depois de uma visita para discutir suas intenções, e o primeiro-ministro polonês, Beata Szydlo, disse que seriam necessárias novas negociações.
O novo governo conservador de Szydlo, no entanto, está ávido para emplacar uma vitória diplomática durante uma cúpula da Otan marcada para ocorrer em Varsóvia em julho. Waszczykowski disse que as questões estão sendo discutidas em conjunto.
Ao ser perguntado se a Grã-Bretanha poderia oferecer à Polônia algo para que alivie sua oposição à proposta de Cameron, Waszczykowski disse: "É claro. A Grã-Bretanha pode oferecer algo à Polônia em termos de segurança internacional."
"Ainda nos consideramos um país-membro de segundo escalão da Otan, porque na Europa central... não há, a não ser por uma presença simbólica, quaisquer forças ou instalações de defesa aliadas, o que dá aos russos uma desculpa para atuar na região", disse.