Trump deve impor taxa de US$ 100.000 para solicitações de visto H-1B
ROMA (Reuters) - O porto italiano de Ravenna, no Adriático, recusou nesta quinta-feira a entrada de dois caminhões que supostamente estariam transportando armas para Israel, no momento em que aumentam os protestos dos trabalhadores portuários italianos e de outros grupos trabalhistas contra a ofensiva em Gaza.
O prefeito de centro-esquerda de Ravenna, Alessandro Barattoni, declarou a jornalistas que a autoridade portuária agiu a pedido dele e do governo regional para que negasse o acesso aos caminhões que transportavam explosivos a caminho do porto israelense de Haifa.
"O Estado italiano diz que bloqueou a venda de armas para Israel, mas é inaceitável que, graças a brechas burocráticas, elas possam passar pela Itália vindas de outros países", disse Barattoni em um comunicado.
Ele não deu detalhes sobre a origem dos contêineres ou provas de seu conteúdo.
Ações semelhantes para impedir o envio de armas para Israel foram tomadas por trabalhadores portuários em outros países europeus, como França, Suécia e Grécia.
A decisão de Ravenna reflete a crescente mobilização na Itália contra o ataque de Israel e em apoio a uma flotilha internacional que tenta levar ajuda humanitária aos palestinos.
Um porta-voz da embaixada israelense em Roma disse que não tinha informações suficientemente detalhadas sobre o caso e, portanto, preferiu não comentar.
O governo de Israel já acusou nações europeias de serem tendenciosas e de engolir a propaganda do Hamas, grupo militante contra o qual luta em Gaza.
Na sexta-feira, a maior entidade sindical da Itália, a CGIL, realizará uma greve nacional de meio dia e marchas em Roma e outras cidades, enquanto em 22 de setembro dois outros sindicatos vão paralisar o trabalho e tentar bloquear as atividades nos grandes portos de Gênova e Livorno.
"Não deixaremos passar um único pino pelo porto", disse Riccardo Rudino, do sindicato dos portuários Calp, em Gênova.
A atual campanha militar de Israel em Gaza já matou mais de 65.000 pessoas, a maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, e deixou o enclave em ruínas.
O governo israelense lançou a ofensiva depois que militantes liderados pelo Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, segundo cálculos israelenses.
A CGIL disse que seus protestos têm o objetivo de gerar pressão sobre o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni "para suspender todos os acordos de cooperação comercial e militar com Israel, suspender o embargo humanitário e reconhecer o Estado da Palestina".
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, disse nesta quinta-feira que a Itália deve apoiar as sanções da UE contra os violentos colonos israelenses e os ministros israelenses que fizeram comentários "inaceitáveis" sobre Gaza e a Cisjordânia, e que o país está aberto a considerar sanções comerciais.
(Reportagem de Anna Uras)