PARIS (Reuters) - Éric Zemmour, comentarista de direita cuja popularidade em disparada e retórica incendiária contra o Islã e a imigração estão moldando a campanha da eleição presidencial da França, deve comparecer a um tribunal nesta quarta-feira devido a acusações de incitação de ódio racial.
O caso tem relação com declarações que Zemmour, que não declarou oficialmente sua candidatura para a eleição de 22 de abril de 2022, deu no ano passado ao chamar crianças imigrantes desacompanhadas de "ladrões, assassinas e estupradoras".
Seu advogado, Olivier Pardo, disse que oponentes estão tentando provocar "um julgamento da opinião pública" e que as acusações contra o escritor de 63 anos são infundadas.
"Ele é acusado por 'ódio racial', mas até onde sei um menor desacompanhado não é nem uma raça, nem uma nação, nem uma etnia", disse Pardo à rádio RMC.
Figura polarizadora que fez carreira alargando as fronteiras da correção política, Zemmour erode a base eleitoral tanto do Rassemblement National, partido de extrema-direita bem estabelecido de Marine Le Pen, quanto da direita convencional conservadora.
Algumas pesquisas de opinião o mostram à frente de Le Pen na corrida por uma vaga no segundo turno. Desafiantes à indicação do partido tradicional de centro-direita reagem endurecendo a linguagem a respeito da imigração e da identidade.
(Por Richard Lough)