Por Andrew Osborn
KRUEN, Alemanha (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, procurou dissipar novos sinais de rebelião no seu Partido Conservador sobre a União Europeia, dizendo que os ministros terão de apoiar sua estratégia para o bloco ou deixar o governo.
Falando à margem de uma reunião na Alemanha do Grupo dos Sete (G7), que inclui as nações mais industrializadas do mundo, Cameron, que antes de ser reeleito prometeu que iria renegociar a relação do país com a UE, indicou que não irá tolerar dissidências.
"Se você quer ser parte do governo, você tem que assumir que estamos empenhados em um exercício de renegociação para realizar um referendo, e isso levará a um resultado bem-sucedido", disse ele a repórteres, quando indagado se iria permitir que os ministros votassem de acordo com sua consciência. "Todo mundo no governo já se comprometeu com o programa estabelecido no manifesto conservador."
Cameron prometeu realizar o referendo da UE até o final de 2017. Ele disse que está confiante em chegar a um acordo que lhe permita recomendar aos britânicos votarem em favor da permanência do país no bloco de 28 nações, uma união da qual faz parte desde 1973.
No entanto, sua situação é vulnerável, pois tem uma maioria de apenas 12 cadeiras no Parlamento de 650 lugares. Uma rebelião sobre a Europa em sua própria bancada poderia inviabilizar sua agenda legislativa mais ampla e deixar uma mancha em seu segundo mandato.
Cameron falou depois que um grupo de mais de 50 parlamentares de seu partido disse estar disposto a endossar uma campanha em apoio à saída britânica da UE, conhecida como "Brexit", a menos que ele consiga mudanças radicais no bloco. Esse é o primeiro sinal de revolta dos eurocéticos desde que Cameron foi reeleito no mês passado.
(Reportagem adicional de Kylie MacLellan em Londres)