Por Victor Jack
WHITCHURCH, Inglaterra (Reuters) - Eleitores foram às urnas em uma região do centro da Inglaterra nesta quinta-feira para eleger um novo membro do Parlamento, um teste da autoridade do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, na esteira de acusações de deslize moral e de má gestão da pandemia de Covid-19.
O Partido Conservador de Johnson está enfrentando uma luta para manter a vaga parlamentar de North Shropshire em uma eleição especial, desencadeada pela renúncia de Owen Paterson no mês passado depois que se descobriu que ele violou regras sobre lobby remunerado.
Se os conservadores perderem o que é uma cadeira cativa há tempos, seria mais um contratempo para Johnson, que está sob pressão depois de testemunhar a maior rebelião parlamentar contra seu governo na terça-feira e por causa de escândalos como supostas festas em seu gabinete no Natal do ano passado, quando o Reino Unido estava sujeito a um lockdown de Covid-19.
A batalha lança os conservadores contra os liberal-democratas de oposição e vários parlamentares dizem acreditar que o partido governista perderá a cadeira na zona eleitoral essencialmente rural, mais uma erosão no apoio de regiões que tradicionalmente apoiam os conservadores.
O candidato conservador Neil Shastri-Hurst, médico e advogado do Exército, disse que está fazendo campanha principalmente com temas locais e admitiu que os eleitores estão preocupados com os escândalos, como o da ex-assessora de imprensa do premiê, Allegra Stratton, flagrada em um vídeo fazendo piada sobre uma festa em Downing Street que violou o lockdown.
"Eu estaria sendo insincero se dissesse que o vídeo não foi abordado nas visitas, e claramente foi insultante", disse ele à Reuters, acrescentando que foi certo Johnson ordenar um inquérito sobre as supostas festas em sua residência oficial.
"Estou no Exército, então sei que não se deve ser complacente: desde o primeiro dia estamos trabalhando duro nesta campanha", disse.
Ben Wood, um conselheiro municipal que concorre como candidato do opositor Partido Trabalhista, disse duvidar que os liberal-democratas consigam tirar o controle dos conservadores.
"As pessoas estão bravas, elas sentem que não são levadas em consideração", opinou.
"Estou lutando totalmente para vencer esta", afirmou. "Estou realizando uma campanha local de serviços públicos, mas também oferecendo esta alternativa de decência, honestidade, integridade que as pessoas não estão recebendo dos Tories (conservadores)."