Por William James e Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, sofreu um novo revés em sua campanha eleitoral nesta sexta-feira, quando teve que pedir desculpas por ter saído mais cedo das comemorações do Dia D para dar uma entrevista em que atacou o principal partido de oposição.
A decisão de Sunak de abandonar os eventos foi recebida com consternação dentro de seu Partido Conservador, que está muito atrás do Partido Trabalhista nas pesquisas de opinião e enfrenta a perspectiva de uma grande derrota na eleição geral de 4 de julho.
O líder trabalhista Keir Starmer também participou dos eventos do 80º aniversário do Dia D no norte da França na quinta-feira e foi visto conversando com líderes mundiais, incluindo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
"Após a conclusão do evento britânico na Normandia, voltei para o Reino Unido", disse Sunak em uma publicação no X. "Refletindo sobre isso, foi um erro não ter ficado mais tempo na França - e peço desculpas."
Líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o rei britânico Charles, reuniram-se na Normandia, norte da França, para marcar o aniversário dos desembarques das forças aliados no local em 1944, um ponto de virada na Segunda Guerra Mundial.
Sunak discursou em um evento liderado pelos britânicos, mas delegou outras funções a ministros, incluindo o ministro das Relações Exteriores, David Cameron, que foi fotografado com Biden, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em uma cerimônia.
Perguntado sobre sua resposta ao erro de Sunak, um político conservador normalmente leal disse à Reuters: "Não posso explicar e não o farei."
O parlamentar, que pediu para não ser identificado, disse que a decisão de Sunak poderia acabar se tornando o "momento Gillian Duffy" da campanha -- uma referência a 2010, quando o então primeiro-ministro Gordon Brown teve que se desculpar por chamar uma eleitora de "mulher intolerante", visto como um ponto de virada na campanha que Brown acabou perdendo.
A campanha do premiê teve um início ruim no mês passado, quando ele anunciou a data da eleição sob uma chuva torrencial, competindo para ser ouvido contra apoiadores trabalhistas que tocavam uma música associada à vitória esmagadora do partido na eleição de 1997.
Nesta semana, ele sofreu outro revés quando Nigel Farage, um dos líderes da campanha pelo Brexit, disse que participará da eleição.