Por Sarah Marsh e Katya Golubkova
HAVANA/MOSCOU (Reuters) - O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, iniciou uma visita oficial de dois dias a Cuba nesta quinta-feira, em uma forte demonstração do apoio da Rússia à ilha que enfrenta uma pressão crescente dos Estados Unidos e escassez de combustível.
Medvedev colocou uma coroa de flores no memorial ao herói da independência José Martí, na Praça da Revolução de Havana, antes de se encontrar com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, e iniciar conversações oficiais.
A antiga União Soviética foi a principal patrocinadora de Cuba por décadas e Moscou tem tentado renovar seus laços comerciais, militares e políticos com a ilha nos últimos anos. O esforço faz parte da estratégia mais ampla da Rússia de expandir presença na América Latina como contrapeso à China e Estados Unidos.
A Rússia também apoia os aliados esquerdistas de Cuba, Venezuela e Nicarágua, que estão sob forte pressão do governo Trump. O apoio russo tem sido crucial em particular ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que não é mais reconhecido como líder legítimo do país pela maioria dos países ocidentais.
"Minha impressão da política russa sobre Cuba é que ela não é específica de Cuba", disse Paul Hare, ex-embaixador britânico em Cuba e que dá palestras na Pardee School of Global Studies, da Universidade de Boston.
"Eles estão mais preocupados com a peça venezuelana do quebra-cabeças e, até agora, querem mostrar a Cuba que estão dispostos a apoiar seus esforços para garantir a sobrevivência de Maduro."
O apoio da Rússia à Cuba é insignificante em comparação com o papel que a União Soviética desempenhou, mas analistas dizem que ainda é muito bem-vindo, pois a economia da ilha sofre com as sanções dos EUA e um declínio acentuado na ajuda venezuelana.
(Reportagem adicional de Nelson Acosta e Marc Frank, em Havana)