LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, lutava pela sua sobrevivência política neste sábado após uma aposta eleitoral fracassada prejudicar sua autoridade e colocar o país em grande crise política, dias antes do início de conversas para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
A aposta de May de que poderia fortalecer seu lado ao derrotar o que acreditava ser uma fraca oposição do Partido Trabalhista saiu pela culatra na quinta-feira, à medida que eleitores tiraram a maioria parlamentar de seu partido, o Partido Conservador.
O resultado deixa May lutando para unir diferentes grupos em seu partido e dependente de um punhado de parlamentares da Irlanda do Norte, somente nove dias antes de o Reino Unido iniciar o tortuoso processo de negociação de sua saída da UE.
Os dois principais assessores de May, Nick Timothy e Fiona Hill, anunciaram neste sábado que haviam saído, após críticas contínuas dentro do partido sobre a campanha.
A imprensa britânica, tipicamente pró-conservadora, atacou May neste sábado e questionou se ela poderia continuar no poder, somente dois meses após ela dar início ao processo de dois anos de divórcio da UE.
O jornal The Sun relatou que membros seniores do partido haviam prometido se livrar de May, mas iriam aguardar ao menos seis meses, porque temiam que um disputa de liderança pudesse levar o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, ao poder.
"Ela permanece, por enquanto", disse uma fonte do Partido Conservador à Reuters.
O resultado arrisca prejudicar o equilíbrio político na Irlanda do Norte ao alinhar Londres mais próximo com o lado pró-britânico na província dividida e aumenta a chance de que o Reino Unido irá deixar a UE em 2019 sem um acordo.
May convocou a eleição antecipada para vencer um mandato claro para seu plano de tirar o Reino Unido do mercado comum e união aduaneira da UE, para que pudesse reduzir a imigração.