LESBOS, Grécia (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia admitiu nesta quinta-feira que seu país não tem condições de lidar com os milhares de imigrantes que chegam às suas praias diariamente poucos dias depois de dizer ter vergonha da maneira como a Europa está tratando da crise.
Alexis Tsipras visitava Lesbos, a ilha grega que vem recebendo o grosso dos recém-chegados e onde entidades assistencialistas classificaram as condições de hospedagem dos refugiados como terríveis.
"Acho que estamos lutando com algo que está além de nossa capacidade, e todos deveriam entender isso", declarou durante uma parada em um centro de registro de imigrantes lotado, acompanhado por Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu.
Em dificuldades financeiras, a Grécia tem penado para lidar com o fluxo de milhares de imigrantes fugindo de guerras e da penúria no Oriente Médio. Organizações de ajuda estimam que mais de 601 mil pessoas entraram na Europa pela Grécia este ano.
Como pelo menos 430 morreram em 2015 tentando fazer a curta travessia marítima entre a Grécia e a Turquia, Tsipras disse ser "imperativo" firmar um acordo com Ancara para deter a onda imigratória.
Cerca de 15 mil refugiados e imigrantes ficaram na prática detidos em Lesbos nesta quinta-feira, porque uma greve no serviço de balsas impediu que os centros de recepção encaminhassem os recém-chegados para a Grécia continental.
"É uma situação asfixiante", afirmou Tsipras.
(Com reportagem de Lefteris Karagiannopoulos)