Por Ahmed Rasheed e Saif Hameed
(Reuters) - O primeiro-ministro do Iraque demitiu seu secretário de gabinete nesta quarta-feira como parte de uma ambiciosa reforma que, segundo ele, está sob ameaça de políticos corruptos e líderes de milícias xiitas que utilizam seus seguidores armados para fins políticos.
Há um ano no cargo, Haider al-Abadi lançou a maior reforma do sistema político iraquiano desde o fim da ocupação militar dos Estados Unidos, habilitando um arriscado pacote de medidas destinadas a aumentar seu próprio poder e retirar autoridade de líderes políticos que têm administrado o Iraque desde a queda de Saddam Hussein.
Parlamentares votaram por unanimidade nesta terça-feira pela eliminação de uma camada de altos cargos no governo, pelo fim de cotas sectárias e partidárias para posições no Estado, pela reabertura de investigações de corrupção e para dar a Abadi poder para demitir chefes regionais e provinciais.
As audaciosas medidas vão tirar algumas das pessoas mais poderosas do Iraque de cargos oficiais, incluindo o antecessor de Abadi, Nuri al-Maliki, cujo cargo de vice-presidente é um dos que será abolido.
Um representante de seu gabinete de imprensa descreveu a decisão de Abadi nesta quarta-feira de demitir seu secretário de gabinete e seus auxiliares como "parte de um esforço para cortar cargos desnecessários do governo".
O pacote de reforma de Abadi tem ganhando elogios públicos em seu partido e linhas sectárias, assim como de governos ocidentais. Também é apoiado pelo clérigo mais influente do Iraque, o grande aiatolá xiita Ali Sistani.