Por Aislinn Laing
SANTIAGO (Reuters) - O Chile reafirmou nesta sexta-feira sua reivindicação de território submarino na costa sul em uma disputa com a Argentina, que alega que a ação do governo chileno viola tratados internacionais.
O Chile reivindicou oficialmente na semana passada 5.000 quilômetros quadrados de plataforma continental no Mar de Drake, entre o chileno Cabo de Hornos, seu continente e as Ilhas Shetland, no sul da Antártida. O pedaço pontudo do território submarino é conhecido como Medialuna, e a reivindicação inclui a água acima dele.
Nesta sexta-feira, o presidente chileno, Sebastián Piñera, disse que a reclamação é "legítima" e que os dois países têm uma "sobreposição" na área.
"Isso está em clara conformidade com o direito internacional", disse. “Como vamos resolver essa sobreposição? Como fazem países que agem com sabedoria e com prudência, através de diálogo e acordos”.
A Argentina acusou o Chile na semana passada de violar o tratado de paz de 1984 que encerrou o conflito de Beagle entre os regimes militares de ambos os países sobre as ilhas do extremo sul da América do Sul.
A Argentina disse que o Chile não contestou a reivindicação de Buenos Aires em uma representação à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar em 2009. O Chile afirmou ter dito na época que a reivindicação da Argentina era "inexequível".
Daniel Filmus, secretário argentino para Antártida, Atlântico Sul e Malvinas, disse na quinta-feira que a Argentina buscará a intervenção da ONU. "Nossa posição é muito firme. Não há nada a discutir", afirmou ele em entrevista à televisão local.