Por Scott Squires
BUENOS AIRES (Reuters) - Mais argentinos estão provavelmente vivendo na pobreza agora em comparação com o ano passado, disse nesta sexta-feira o presidente Mauricio Macri, conforme a economia do país escorrega em direção a uma recessão após uma crise cambial e uma intensa seca que prejudicou a produção agrícola.
A economia da Argentina sofreu um golpe em 2018 após a desvalorização do peso argentino levar o governo a assegurar uma linha de crédito de 50 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional. O peso chegou a mínimas recordes novamente neste mês, conforme investidores fugiram de ativos de mercados emergentes por conta de preocupações com a economia da Turquia.
“Esta desvalorização trouxe um ricochete na inflação, e a inflação é o maior fator de pobreza, e, infelizmente, nós vamos perder alguns dos ganhos que tivemos na redução da pobreza”, disse Macri em entrevista coletiva na província de Jujuy, no noroeste do país.
A taxa de inflação de 12 meses da Argentina era de 31,2 por cento em julho.
A pobreza na Argentina caiu no ano passado para 25,7 por cento, comparados aos 30,3 por cento de 2016, de acordo com a agência oficial de estatísticas do país, o Indec.
O Indec deve publicar no final de setembro estatísticas da primeira metade de 2018 sobre pobreza. O Observatório Argentino de Dívida Social, um centro de pesquisas afiliado à Universidade Católica da Argentina, informou no mês passado que espera um aumento de 2 a 3 por cento em taxas de pobreza em 2018.
Economistas esperam que a economia encolha 0,3 por cento neste ano e cresça 1,5 por cento no ano que vem, de acordo com pesquisa mais recente do banco central.
“No ano que vem a economia irá crescer”, disse Macri. “Não muito, mas irá crescer.”
O governo Macri começou a publicar estatísticas de pobreza em 2016, em uma mudança em relação ao governo anterior, que parou de publicar taxas de pobreza em 2013. Na época, o governo disse que somente 5 por cento dos argentinos viviam na pobreza, uma taxa mais baixa que da Alemanha.