PEQUIM (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, apelou nesta terça-feira para "máxima contenção" na Ucrânia e disse que a China está "aflita de ver as chamas da guerra reacenderem-se na Europa", noticiou a mídia estatal, em sua declaração mais forte até o momento sobre o conflito.
Xi, falando em uma reunião virtual com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que os três países deveriam apoiar conjuntamente as conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, informou a emissora estatal chinesa CCTV.
Xi descreveu a situação na Ucrânia como "preocupante" e disse que a prioridade deveria ser evitar que ela se agrave ou "fique fora de controle", segundo a CCTV.
Ele também disse que a França e a Alemanha deveriam fazer esforços para reduzir os impactos negativos da crise, e expressou preocupação com o impacto das sanções impostas a Moscou sobre a estabilidade das finanças globais, abastecimento de energia, transporte e cadeias de abastecimento.
A China, que se recusou a condenar as ações da Rússia na Ucrânia ou a chamá-las de invasão, expressou repetidamente sua oposição ao que ela descreve como sanções ilegais contra a Rússia.
A amizade da China com a Rússia, fortalecida no mês passado quando o presidente russo, Vladimir Putin, participou da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim no mesmo dia em que os países declararam uma parceria estratégica "sem limites", tornou-se incômoda para a China à medida que a guerra na Ucrânia se intensifica.
Moscou descreve suas ações na Ucrânia como uma "operação especial" para desarmar seus vizinhos e destituir líderes que chama de neonazistas. A Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam isso de um pretexto infundado para uma invasão para conquistar um país de 44 milhões de pessoas.
(Reportagem de Yew Lun Tian e Tony Munroe)