Por Daina Beth Solomon
SAN JOSÉ (Reuters) - O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, conquistou um quarto mandato com uma grande maioria dos votos, de acordo com os resultados iniciais de uma eleição que, segundo críticos, o ex-líder guerrilheiro fraudou suprimindo seus rivais políticos.
O Supremo Conselho Eleitoral da Nicarágua disse que, com cerca de metade das cédulas computadas, uma contagem preliminar deu à aliança sandinista de Ortega cerca de 75% dos votos da eleição presidencial.
Muitas nações ocidentais e latino-americanas criticaram a disputa de domingo antecipadamente, já que Ortega deteve oponentes e líderes empresariais, cancelou partidos rivais e criminalizou a discórdia ao longo dos meses.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em um comunicado emitido antes do anúncio da contagem que Ortega e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, orquestraram uma "eleição de pantomima que não foi nem livre, nem justa".
Ex-rebelde marxista que ajudou a depor a ditadura da família de direita Somoza no final dos anos 1970, Ortega diz que está defendendo a Nicarágua de adversários inescrupulosos determinados a depô-lo com ajuda de potências estrangeiras. Seu governo aprovou uma série de leis que facilitam processar oponentes por crimes como "trair a pátria mãe".
Ortega é o líder há mais tempo no poder nas Américas, e autoridades dos EUA estão cogitando novas sanções contra seu governo e uma revisão do papel da Nicarágua em um pacto comercial regional crucial.
Biden apelou a Ortega para que ele restaure a democracia e liberte líderes opositores detidos. Até que isto aconteça, os EUA usarão todas as "ferramentas diplomáticas e econômicas" disponíveis para responsabilizar a gestão Ortega, disse ele.
Só cinco candidatos de partidos majoritariamente pequenos e aliados aos sandinistas de Ortega concorreram à eleição.
(Reportagem adicional de Jake Kincaid)