Por Andrew Hayley
PEQUIM (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, visitará a China a partir de sexta-feira, informou o Ministério das Relações Exteriores da China, marcando um novo engajamento entre os dois países, à medida que os laços de Pequim com as capitais ocidentais se deterioram.
Os investimentos em energia e as questões de pagamento de dívidas provavelmente serão o foco da visita de 8 a 14 de setembro. A China, maior importadora de petróleo bruto do mundo, é o maior credor da Venezuela e um importante participante do setor petrolífero do país, que possui as maiores reservas comprovadas do mundo.
A chegada de Maduro ocorrerá após reuniões entre uma delegação venezuelana, incluindo a vice-presidente e o ministro do petróleo, e autoridades chinesas, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, em Xangai e Pequim, nesta semana, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China.
"As relações China-Venezuela resistiram ao teste das mudanças na situação internacional e permaneceram sólidas como uma rocha. A confiança política mútua entre os dois países tem se tornado cada vez mais forte", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa regular nesta sexta-feira.
A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou em um post no X na sexta-feira que os dois governos estavam fortalecendo as relações bilaterais e expandindo "a cooperação estratégica e o trabalho conjunto internacional, em favor da paz e do respeito aos princípios e propósitos da Carta da ONU".
Washington e Caracas estão em desacordo há muito tempo e, embora o governo Biden tenha feito aberturas para aliviar as sanções contra a Venezuela, a decisão de Pequim de receber Maduro coincide com uma cúpula do G20 em Nova Délhi neste fim de semana, da qual o presidente chinês, Xi Jinping, não participará.
Maduro visitou a China pela última vez em 2018, quando se reuniu com Xi em Pequim.