Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - O presidente do Equador, Guillermo Lasso, dissolveu a Assembleia Nacional por decreto nesta quarta-feira, antecipando eleições legislativas e presidenciais, um dia depois de apresentar sua defesa em um processo de impeachment.
Lasso nega as acusações de que fez vista grossa a um suposto caso de corrupção relacionado a um contrato da empresa estatal de transporte de petróleo Flopec, dizendo que seu governo fez alterações no documento assinado anos antes de sua posse para beneficiar o Estado, a conselho da controladoria do Equador.
A maioria dos parlamentares apoiou uma resolução dizendo que Lasso permitiu que o contrato corrupto continuasse, embora um comitê de supervisão do Congresso, que ouviu depoimentos de parlamentares da oposição, autoridades e o advogado de Lasso, não tenha recomendado o impeachment em seu relatório.
Cerca de 92 votos da legislatura de 137 membros seriam necessários para remover Lasso do cargo. A votação para continuar o processo recebeu 88.
A Constituição do país consagra a chamada "morte de mão dupla" -- permitindo que Lasso convoque eleições tanto para seu cargo quanto para a assembleia sob certas circunstâncias, inclusive se ações do Legislativo estiverem bloqueando o funcionamento do governo.
Lasso invocou a medida citando a grave crise política no Equador.
Ele permanecerá no cargo por até seis meses, governando por decreto, enquanto as autoridades eleitorais nacionais marcam a data das eleições.
O tribunal eleitoral do Equador deve decidir sobre uma data para novas eleições dentro de sete dias após a dissolução da assembleia.