(Reuters) - O então presidente haitiano Jovenel Moise estava montando uma lista de autoridades e empresários ligados ao tráfico de drogas antes de seu assassinato em julho, informou o jornal The New York Times neste domingo, acrescentando que ele pretendia dar os nomes ao governo dos Estados Unidos.
Moise foi assassinato por um grupo de homens armados, inclusive ex-soldados colombianos, que invadiram sua casa na calada da noite. Autoridades haitianas prenderam 45 pessoas, mas ainda não acusaram ninguém pelo crime.
Alguns dos presos confessaram que recuperar a lista com nomes de suspeitos de traficar drogas era uma prioridade, segundo o Times, citando três autoridades haitianas de nível sênior que têm conhecimento sobre a investigação.
"O documento era parte de uma série de confrontos maiores entre Moise e políticos e empresários poderosos, alguns suspeitos de envolvimento com tráfico de narcóticos e de armas", escreveu o Times.
Um porta-voz do escritório do primeiro-ministro Ariel Henry não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.
O assassinato de Moise deixou um vácuo de poder no Haiti, que alimentou uma onda de sequestros por parte de gangues que agora controlam boa parte do país caribenho.
O governo prometeu fazer justiça, mas autoridades do Judiciário dizem tem sofrido intimidação e ameaças de morte.
(Por Brian Ellsworth)