DUBAI (Reuters) - O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse nesta quinta-feira que "atos de caos" não são aceitáveis, em um alerta aos manifestantes que saíram às ruas de todo o país para dar vazão à fúria pela morte de uma mulher sob custódia da polícia de moralidade.
Falando em uma entrevista coletiva nos bastidores da Assembleia-Geral das Nações Unidas, Raisi acrescentou que ordenou uma investigação sobre o caso de Mahsa Amini, 22, que morreu na semana passada depois de ser presa por usar "trajes inadequados".
"Há liberdade de expressão no Irã... mas atos de caos são inaceitáveis", disse Raisi, que enfrenta os maiores protestos na República Islâmica desde 2019.
As mulheres têm desempenhado um papel de destaque nas manifestações, acenando e queimando seus véus, com algumas cortando o cabelo em público em um desafio direto aos líderes clericais.
A poderosa Guarda Revolucionária do Irã pediu ao judiciário que processe "aqueles que espalham notícias falsas e rumores", em uma aparente tentativa de atenuar as manifestações em todo o país.
Manifestantes em Teerã e outras cidades incendiaram delegacias e veículos da polícia enquanto a indignação pública pela morte não mostrava sinais de diminuir, com relatos de forças de segurança sendo atacadas.
Em um comunicado, a Guarda expressou solidariedade à família e parentes de Amini.
Raisi disse que a extensa cobertura dada ao caso de Amini foi resultado de "duplos padrões".
"Todos os dias em diferentes países, incluindo os Estados Unidos, vemos homens e mulheres morrendo em confrontos policiais, mas não há sensibilidade sobre a causa e como lidar com essa violência", disse.
(Reportagem da Redação de Dubai)