MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou nesta terça-feira que nunca irá se desculpar pelas mortes de supostos usuários e traficantes de drogas assassinados em operações policiais em sua guerra às drogas, que causou o clamor de grupos de defesa dos direitos humanos.
Mais de 6.200 suspeitos de envolvimento com drogas foram mortos em operações de repressão a usuários e narcotraficantes desde que Duterte chegou ao poder em junho de 2016 até novembro de 2021, como mostram dados do governo.
"Eu nunca, nunca irei pedir desculpas pelas mortes", disse Duterte em um pronunciamento semanal à nação. "Me matem, me prendam, eu nunca vou me desculpar."
Grupos de direitos e críticos dizem que agentes da lei realizaram execuções sumárias de suspeitos de envolvimento com o tráfico, mas a polícia diz que os mortos estavam armados e que muitos resistiram violentamente à prisão.
Duterte, em seu primeiro pronunciamento nacional no ano, prometeu proteger os agentes de segurança que fazem seus trabalhos, dizendo a eles que lutem quando suas vidas estiverem ameaçadas.
O presidente filipino, de 76 anos de idade, conquistou a Presidência do país por uma ampla margem em 2016, com uma plataforma anticorrupção e prometendo lei e ordem.
O líder de linha-dura está constitucionalmente impedido de buscar a reeleição no ano que vem. Analistas dizem que a eventual eleição de um aliado pode proteger Duterte de ações legais em relação ao seu programa contra os narcóticos.
(Reportagem de Neil Jerome Morales)