JERUSALÉM (Reuters) - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o pedido do primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, por uma solução de dois Estados foi um "desenvolvimento positivo", mas que a prova seria um retorno imediato às negociações.
"O verdadeiro teste da credibilidade e seriedade dessa postura é que o governo israelense retorne à mesa de negociações imediatamente", afirmou ele à Assembleia Geral da ONU, em um discurso em que criticou amplamente a ocupação israelense dos territórios palestinos.
Israel capturou Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza - áreas que os palestinos buscam para um Estado independente - na guerra de 1967 no Oriente Médio. As negociações de paz entre israelenses e palestinos patrocinadas pelos Estados Unidos fracassaram em 2014.
Os esforços para chegar a um acordo de dois Estados, que envolve Estados israelense e palestino coexistindo lado a lado, estão parados há muito tempo.
"Infelizmente, nossa confiança em alcançar a paz baseada na justiça e no direito internacional está diminuindo por causa das políticas de ocupação de Israel", disse Abbas, chamando Israel de "regime do apartheid".
Palestinos e grupos de direitos humanos dizem que Israel consolidou seu controle dos territórios palestinos ocupados por meio de seu domínio militar sobre milhões de palestinos e da construção persistente de assentamentos.
A menção de Lapid a uma fórmula de dois Estados foi a primeira de um líder israelense no palco das Nações Unidas em anos e ecoou o apoio do presidente dos EUA, Joe Biden, em Israel em agosto para a proposta há muito adormecida.
Lapid falou menos de seis semanas antes de uma eleição em 1º de novembro que poderia devolver ao poder o ex-primeiro-ministro de direita Benjamin Netanyahu, um oponente de longa data da solução de dois Estados.
(Reportagem de Henriette Chacar em Jerusalém, Ali Sawafta em Ramallah e Nidal al-Mughrabi em Gaza)