Por Mitra Taj e Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, deu indulto ao ex-líder autoritário Alberto Fujimori no final do domingo, provocando confrontos nas ruas na véspera do Natal com opositores denunciando que a decisão foi parte de um acordo político.
A decisão livra Fujimori de condenações por crimes contra os direitos humanos e de corrupção no período que governou o país entre 1990 e 2000 e pode definir o legado de Kuczynski e reescrever as alianças políticas.
Ao menos dois ministros do gabinete de Kuczynski contrários ao indulto disseram ao presidente que querem renunciar e Kuczynski pode reestruturar seu ministério no início desta semana, disse uma fonte governamental.
Dois parlamentares do partido governista deixaram a legenda enquanto o grupo político do presidente planeja os próximos passos.
Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street que prometeu não dar indulto a Fujimori quando era candidato, baseou sua decisão em uma análise médica que apontou que Fujimori sofre de "uma doença degenerativa progressiva e incurável", de acordo com comunicado do gabinete presidencial.
No final do domingo, Fujimori foi levado da prisão para o hospital de ambulância para tratar de uma queda na pressão arterial e uma arritmia cardíaca.
Mas muitos no Peru viram o indulto como parte de um toma lá dá cá. Três dias antes, partidários de Fujimori, liderados pelo filho do ex-líder autoritário Kenji, que é parlamentar, salvaram Kuczynski de forma inesperada em uma votação no Congresso que poderia tirá-lo do cargo.