ISTAMBUL (Reuters) - O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse ao líder russo, Vladimir Putin, neste sábado que um acordo destinado a conter o conflito sírio pode ser destruído se forças do governo sírio visarem a região de Idlib, disse uma fonte presidencial turca.
Os dois presidentes falaram por telefone depois que o governo sírio ergueu a bandeira nacional na quinta-feira sobre áreas de Deraa, no sudoeste, que estavam em mãos rebeldes por anos. A fonte disse que Erdogan expressou preocupação com o tratamento de civis lá.
"O presidente Erdogan enfatizou que o ataque aos civis em Deraa era preocupante e disse que se o regime de Damasco visasse Idlib da mesma forma, a essência do acordo de Astana poderia ser completamente destruída", disse a fonte.
Com a ajuda da Rússia e do Irã, o presidente Bashar al-Assad recuperou a maior parte da Síria, mas os rebeldes anti-Assad ainda controlam Idlib no noroeste, enquanto uma milícia curda controla o nordeste e uma grande parte do leste.
A Turquia montou uma série de postos de observação em Idlib como parte de um acordo que alcançou no ano passado com a Rússia e o Irã na capital do Cazaquistão, Astana, para reduzir o conflito entre insurgentes e o governo sírio em zonas de redução de conflitos.
Erdogan disse que evitar os "desdobramentos negativos" em Idlib é importante para encorajar os grupos rebeldes a participarem de uma reunião em Astana, planejada para 30 e 31 de julho, segundo a fonte.
O Kremlin, por sua vez, confirmou em um comunicado que Putin conversou por telefone com Erdogan neste sábado e disse que havia discutido esforços conjuntos para resolver a crise na Síria.
(Reportagem de Orhan Coskun)