Por Michael Roddy
BERLIM (Reuters) - Apesar de todos os esforços do estúdio para evitar a publicação de críticas da adaptação cinematográfica do best-seller "Cinquenta Tons de Cinza" antes da première internacional desta quarta-feira, algumas resenhas já surgiram e contradisseram as previsões de que os críticos achariam o filme ruim.
A visão geral é de que o filme, que estreia no Festival Internacional de Cinema de Berlim, não tem os mesmos defeitos dos livros de E.L. James, que foram amplamente criticados pela escrita inábil e pela trama mal arquitetada.
Seja como for, com milhões de ingressos em pré-venda já esgotados, a produção pode se mostrar à prova de qualquer crítica.
A trilogia da escritora britânica, cuja primeira parte deu origem ao filme, fala da estudante universitária de literatura Anastasia Steele e de Christian Grey, industrial poderoso com quem inicia um relacionamento inesperado.
Os gostos sexuais de Grey, entronizados no "Quarto Vermelho da Dor", enveredam para as práticas de dominação e sadomasoquismo, todas descritas com detalhes nos romances.
"O crédito vai para a diretora Sam Taylor-Johnson e sua roteirista, Kelly Marcel, que expurgaram os principais defeitos do primeiro livro, sem deixar de preservar sua essência", escreveu Elizabeth Weitzman no jornal New York Daily News, uma das primeiras publicações a romper com a proibição imposta pelo estúdio.
Duas das revistas mais importantes do meio, Variety e Hollywood Reporter, viram mérito no filme dirigido pela britânica Taylor-Johnson, que fez seu primeiro longa de grande orçamento, embora nenhuma das resenhas possa ser chamada de elogio rasgado.
"Chegando às vésperas do Valentine's Day (Dia dos Namorados em diversos países) com recordes de pré-venda, o primeiro filme do que se planeja ser uma trilogia irá alimentar o ardor das fãs de James, instigar os curiosos e se mostrar totalmente à altura da fama de ‘fenômeno'", escreveu Sheri Linden, do Hollywood Reporter.
As publicações fizeram elogios principalmente aos astros do filme, o norte-irlandês Jamie Dornan no papel de Grey e, especialmente, Dakota Johnson, filha da também atriz Melanie Griffith, na pele de Steele.
"Com naturalidade e soltura, ela transmite inocência, curiosidade intelectual e anseio romântico", disse Linden a respeito de Dakota.
Justin Chang, da Variety, afirmou que o filme ganha com "as atuações de dois protagonistas que têm apelo e frescor".