Por Andrew Cawthorne e Deisy Buitrago
(Reuters) - Três pessoas morreram durante confrontos entre forças de segurança e manifestantes durante a greve de 48 horas convocada pela oposição contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que entrou no segundo dia nesta quinta-feira, informou a Procuradoria-Geral venezuelana.
Ao menos 106 pessoas morreram durante todos os protestos antigovernamentais, que têm abalado a nação sul-americana desde que a oposição lançou manifestações em abril exigindo eleições para pôr fim a duas décadas de governo socialista no país.
Muitas ruas pela Venezuela continuaram desertas e com barricadas durante o segundo dia da greve liderada pela oposição, que começou na quarta-feira. Mas em muitas áreas rurais e bairros urbanos da classe trabalhadora estavam movimentados, com a adesão à greve de 48 horas aparentemente menor do que a da paralisação de um dia na semana passada.
A greve tem como objetivo pressionar Maduro para cancelar uma votação controvérsia para uma assembleia constituinte no fim de semana.
Adversários dizem que o governista Partido Socialista quer consolidar uma ditadura com uma votação fraudulenta para formar um super Congresso, que terá o poder de reescrever a Constituição e de fechar o existente Parlamento liderado pela oposição.
Enfrentando também intensa pressão internacional, incluindo sanções dos Estados Unidos contra 13 atuais e ex-autoridades por corrupção, Maduro diz que seguirá em frente com a eleição de domingo para a Assembleia Constituinte, como a única forma de empoderar o povo e de levar paz à Venezuela.
A Procuradoria-Geral da Venezuela disse que um homem de 23 anos morreu no Estado de Merida, enquanto um adolescente de 16 anos morreu no bairro pobre de Petare de Caracas, durante confrontos entre forças de segurança e manifestantes mascarados na quarta-feira. Anteriormente, já havia sido anunciada a morte de um homem de 30 anos, também no Estado de Merida.
Mais de 170 pessoas foram presas durante a greve até o momento, de acordo com um grupo de direitos humanos local.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 22237141)) REUTERS MCP RBS