Por David Rohde
NOVA YORK (Reuters) - A agência de espionagem dos Estados Unidos (CIA) usou um conjunto maior de abuso sexual e outras formas de tortura do que foi revelado num relatório do Senado no ano passado, de acordo com um prisioneiro de Guantánamo que se tornou uma testemunha de cooperação do governo.
Majid Khan disse que interrogadores jogaram água gelada em seus genitais, gravaram dois vídeos dele pelado e supostamente tocaram suas "partes privadas". Essas práticas não foram descritas no relatório do Senado.
Interrogadores, alguns dos quais cheiravam a álcool, também ameaçaram bater nele com um martelo, bastões de beisebol e cintos de couro, disse Khan.
O relato de Khan é o primeiro a ser publicamente divulgado sobre como um importante prisioneiro da Al Qaeda foi submetido a "técnicas incrementadas de interrogação", implementadas pela administração do ex-presidente George W. Bush após os ataques de 11 de setembro de 2001.
O relato de Khan está em 27 páginas de notas sobre entrevistas que seus advogados compilaram nos últimos sete anos. O governo dos EUA liberou a divulgação das notas no mês passado através de um processo formal de revisão.
As alegações detalhadas de Khan sobre tortura não puderam ser confirmadas independentemente. Representantes da CIA disseram acreditar que Khan repetidamente mentiu para eles durante interrogatórios.