Por Henriette Chacar
JERUSALÉM (Reuters) - Um prisioneiro palestino que está em greve de fome há mais de 160 dias em protesto contra sua detenção por Israel pode morrer a qualquer momento, afirmou seu advogado nesta quarta-feira.
As forças israelenses prenderam Khalil Awawdeh, de 40 anos, em dezembro de 2021 e desde então o mantêm sem acusação ou julgamento, uma prática conhecida como detenção administrativa.
Israel forneceu poucos detalhes sobre as acusações enfrentadas por Awawdeh. Um porta-voz militar israelense disse nesta quarta que sua detenção foi confirmada várias vezes por tribunais militares "e foi determinado que o material confidencial em seu caso indica que sua libertação ameaçará a segurança da região".
Em março, Awawdeh iniciou uma greve de fome exigindo sua liberdade. Ele tem se mantido vivo apenas com água desde então, disse seu advogado, Ahlam Haddad.
Mediadores egípcios recentemente pressionaram pela libertação de Awawdeh sob um acordo de cessar-fogo para encerrar três dias de combates em Gaza entre Israel e o grupo militante Jihad Islâmica.
Com as forças israelenses realizando operações quase diárias contra supostos militantes na Cisjordânia, a morte de Awawdeh pode inflamar ainda mais uma crise que vem se agravando há meses.
"Sinto que meu corpo está se consumindo internamente", disse Awawdeh à Reuters de sua cama de hospital, com os olhos arregalados e a voz oscilando enquanto falava. “O apoio, a firmeza e a paciência de Deus são o que me permite continuar”.
Awawdeh foi recentemente transferido da prisão de Ramle para o hospital Asaf Harofeh em Israel devido à sua saúde debilitada.