PARIS (Reuters) - Levará algum tempo para a organização de eleições na Ucrânia que respeitem as normas internacionais e, como resultado, o chamado processo de paz Minsk valerá no próximo ano, disse o presidente francês, François Hollande, nesta sexta-feira.
A violência em territórios separatistas no leste da Ucrânia atingiu nas últimas semanas seu ponto mais baixo desde que o cessar-fogo foi assinado, em fevereiro, mas diplomatas ocidentais dizem que o plano de paz de 12 pontos de Minsk está longe de ser plenamente implementado.
"Sobre a questão da eleição... vai demorar mais tempo. Nós não queremos eleições a serem realizadas em territórios orientais da Ucrânia sob condições que não respeitariam Minsk", disse Hollande, falando depois de sediar negociações com os líderes russos, ucranianos e alemães.
"É, portanto, provável, até certo agora, que - já que precisamos de três meses para organizar eleições - iríamos além da data em que foi marcada para o final de Minsk, que é 31 de dezembro de 2015", afirmou ele em entrevista coletiva.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na entrevista: "O resultado (das reuniões de sexta-feira) é que o presidente russo se comprometeu a trabalhar para... estabelecer as condições que permitiriam eleições de acordo com Minsk, com base na legislação ucraniana, de uma forma coordenada entre os separatistas em Donetsk e Luhansk, e o governo ucraniano."
O acordo de Minsk contém um prazo até o fim do ano para a Ucrânia recuperar o controle total sobre sua fronteira.
A Ucrânia e os separatistas pró-russos concordaram no início desta semana em estender uma retirada de armas no leste da Ucrânia para incluir tanques e sistemas de armas menores.
(Reportagem de Michel Rose, Jean-Baptiste Vey e Noah Barkin)