CARACAS (Reuters) - O procurador-geral da Venezuela solicitou nesta segunda-feira ao mais alto tribunal do país que declare o partido "Vontade Popular", do líder da oposição Juan Guaidó, como um grupo "criminoso com fins terroristas", e, como consequência, que o dissolva.
O pedido ao Supremo Tribunal de Justiça foi tornado público pelo procurador-geral, Tarek Saab, que mencionou que membros do partido "Vontade Popular" participam de atos violentos desde 2002 e, mais recentemente, "financiaram uma incursão mercenária contra nosso território".
Em 3 de maio, o governo do presidente Nicolás Maduro denunciou que um grupo de militares venezuelanos e dois norte-americanos tentaram fazer uma incursão no país.
Saab também responsabilizou o partido por "pressionar a AT&T (empresa de telecomunicações dos Estados Unidos) para remover a Directv da Venezuela" e solicitar ao governo de Donald Trump "que impeça os navios-tanque iranianos de chegarem ao país trazendo gasolina e aditivos".
O partido "Vontade Popular", cujos principais líderes estão no exílio ou sob a proteção de diferentes embaixadas, rejeitou as alegações de Saab em sua conta no Twitter. "Pretendem nos classificar como terroristas e organização criminosa, características que, na verdade, descrevem a ditadura, e não os partidos democráticos que enfrentamos", escreveram eles.
Outras organizações políticas da oposição rejeitaram a medida. O partido "Primeiro Justiça", um dos quatro maiores grupos que apoiam Guaidó, criticou no Twitter as tentativas de "criminalizar e classificar como organização terrorista o partido político, um aliado da luta".
(Reportagem Redação Caracas)