Por Sarah Marsh
HAVANA (Reuters) - O esboço da nova Constituição de Cuba abre caminho para o casamento gay ao definir o matrimônio como união entre dois indivíduos, em vez de entre um homem e uma mulher, disse uma autoridade do governo ao parlamento neste sábado.
A ilha caribenha fez grandes progressos na última década em relação aos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT), após persegui-los nos primeiros anos depois da revolução de 1959 e enviar muitos a campos de trabalho corretivos.
O país comunista aprovou cirurgias de mudanças de sexo e proibiu a discriminação contra pessoas LGBT no local de trabalho, mas as propostas para reconhecer a união entre pessoas do mesmo sexo tinham ficado estagnadas devido ao longo processo legislativo e o persistente estigma na sociedade.
"A possibilidade de casamento entre duas pessoas fortalece os princípios de igualdade e justiça”, disse o secretário do conselho de Estado, Homero Acosta, a parlamentares que se reuniram para analisar o projeto que substituirá a carta magna de Cuba, de 1976.
"Já existem 24 países que incluíram este conceito e não podemos ignorar esta questão enquanto elaboramos a Constituição", acrescentou.
A mudança reflete uma tendência na América Latina, onde casais homoafetivos receberam a permissão para se casar na Argentina, Brasil, Colômbia, Uruguai e em algumas partes do México nos últimos anos, a despeito da oposição da Igreja.
Acosta disse que mais mudanças legislativas seriam necessárias em relação à questão do casamento gay.
Parlamentares devem aprovar o projeto de Constituição este fim de semana e então submetê-lo à consulta popular e, ainda este ano, a um referendo nacional.