Calendário Econômico: China em foco com balanços e inflação no Brasil e nos EUA
LIMA (Reuters) - Pelo menos uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas durante um protesto contra o presidente interino do Peru José Jerí, informou a Defensoria Pública na quinta-feira, na primeira grande manifestação de cidadãos após a mudança abrupta de governo na semana passada.
O representante da Defensoria Pública Fernando Losada relatou a morte de um homem de 32 anos "como resultado de uma situação que será investigada" durante o protesto em Lima na noite de quarta-feira, em que houve confrontos entre a polícia e os manifestantes.
O presidente Jerí lamentou a morte do cidadão e disse, por meio da rede social X, que espera que "as investigações determinem objetivamente os fatos e as responsabilidades".
Jerí havia informado anteriormente que até 55 policiais e 22 civis ficaram feridos no protesto, que exigia medidas contra o aumento da criminalidade, o fechamento do Congresso e até mesmo reformas políticas, como uma nova assembleia constituinte.
"As câmeras da polícia e o @MuniLima (Município de Lima) servirão para identificar os criminosos que se infiltraram em uma manifestação pacífica para gerar o caos. O peso total da lei será aplicado a eles", disse o presidente.
Milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades do país em protestos poucos dias após a destituição da presidente Dina Boluarte, substituída por Jerí, que, como chefe do Congresso, era o primeiro na linha de sucessão.
Em Lima, centenas de manifestantes chegaram perto da frente do Palácio Legislativo da capital peruana e um grupo tentou derrubar as cercas de proteção de metal, queimando bandeiras e objetos de plástico, o que levou a polícia a intervir com bombas de gás lacrimogêneo para afastar a multidão.
Alguns manifestantes responderam com pedras e fogos de artifício no protesto, convocado nas redes sociais por grupos civis, sindicatos e jovens da chamada Geração Z, que haviam protestado anteriormente exigindo a renúncia do agora ex-presidente Boluarte.
Na terça-feira, Jerí nomeou seu gabinete de ministros, liderado pelo ex-juiz e político conservador Ernesto Álvarez. Essa é a equipe de "transição e reconciliação", disse o governo, seis meses antes das eleições presidenciais.
(Reportagem de Marco Aquino)