Por Gustavo Palencia e Sarah Kinosian
TEGUCIGALPA (Reuters) - O novo governo de Honduras manterá laços diplomáticos com o aliado Taiwan, disseram dois membros graduados da equipe de transição à Reuters nesta sexta-feira, um dia depois que a vizinha Nicarágua mudou de aliança para restabelecer relações com a China.
Antes de vencer a eleição presidencial hondurenha em 28 de novembro, Xiomara Castro, do esquerdista Partido Liberdade e Refundação, disse que, se vitoriosa, abriria relações diplomáticas com a China. Mas sua equipe voltou atrás nessa postura.
Gerardo Torres, secretário de relações internacionais do partido e membro da equipe de transição de Xiomara, afirmou que o próximo governo não está prestes a romper os laços com Taipé.
"O novo governo manterá relações com Taiwan", disse ele à Reuters. “A presidente eleita Xiomara Castro foi clara, esses laços serão mantidos. Ninguém no partido quer entrar no governo se distanciando dos Estados Unidos”.
Outro integrante da equipe de transição, Rodolfo Pastor, manteve em aberto a possibilidade de que Honduras reconheça a China no futuro, chamando-a de "nova superpotência" e dizendo que o país centro-americano está estudando o assunto.
Pastor disse à Reuters que Xiomara Castro deseja diversificar as relações internacionais de Honduras, ao mesmo tempo em que enfatiza que não haverá "nenhuma mudança iminente" no relacionamento com Taiwan, como ocorreu na Nicarágua.
Honduras deseja trabalhar com os Estados Unidos na erradicação da corrupção que alimenta a emigração para o norte, afirmou Pastor.
O governo de Xiomara Castro, que é esposa do ex-presidente deposto hondurenho Manuel Zelaya, trabalhará para manter boas relações com Washington, desde que baseadas no respeito mútuo e na soberania, segundo Pastor.
(Reportagem de Gustavo Palencia e Sarah Kinosian)