GENEBRA (Reuters) - Casos de um vírus debilitante da pólio derivado de vacina podem se disseminar na Guiné, afetada pelo Ebola, e no Mali depois que uma criança de colo da Guiné viajou ao Mali e se tornou o primeiro caso de pólio no país em mais de quatro anos, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
O caso - resultante de uma cepa do vírus conhecido como tipo 2, que veio de uma vacina - é o segundo revés em uma semana nos esforços globais para erradicar a pólio. Dois casos foram relatados na Ucrânia na semana passada.
Exames preliminares revelaram que o bebê de 19 meses ficou paralisado no dia 20 de julho, sete dias depois de ser levado ao Mali para tratamento. A cepa é a mesma que foi encontrada em Siguiri, na região de Kankan, na Guiné, em agosto de 2014.
"O risco de contaminação é considerado alto pelos dois países devido às baixas taxas de cobertura de vacinação tanto no Mali quanto na Guiné,", afirmou Cory Couillard, porta-voz da OMS, em um comentário à Reuters.
"Os dois países estão adotando medidas de emergência coordenadas para por fim ao surto rapidamente."
A infecção de pólio derivada da vacina é desencadeada quando o vírus se espalha após ser excretado por pessoas que foram imunizadas com a vacina oral para pólio. Crianças não-vacinadas e pessoas com imunidade baixa correm um risco alto de serem infectadas pela água contaminada e pelo esgoto.
(Por Tom Miles)