Por Lisandra Paraguassu e Lucinda Elliott
MONTEVIDÉU (Reuters) - Todos os quatro membros fundadores do Mercosul declararam estar de acordo com os atuais termos do muito aguardado acordo de livre comércio com a União Europeia, disseram à Reuters nesta quarta-feira duas fontes que acompanham as negociações, antes da reunião de cúpula do grupo, que será realizada nos dias 5 e 6 de dezembro em Montevidéu, capital uruguaia.
Os membros do Mercosul -- Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -- agora esperam que a UE concorde com os termos delineados após negociações de última hora para que o acordo seja concluído, disseram as fontes.
Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia dito que assinaria o acordo "este ano". Na semana passada, o governo argentino, que parecia ter mais restrições, informou que era a favor de todos os acordos comerciais, inclusive este com a União Europeia.
Negociadores de todos os lados se reuniram no Brasil na semana passada, de acordo com altas fontes diplomáticas e governamentais, para tentar fechar os últimos detalhes do acordo, que se arrasta por mais de 20 anos.
De acordo com as fontes, as negociações progrediram bem e os negociadores voltaram para suas sedes com a missão de levar aos seus líderes os detalhes do que foi acertado e garantir a concordância com o texto final. Os planos agora são que as delegações europeias possam viajar para a capital uruguaia, caso seja selado um acordo durante as negociações virtuais que continuam nesta semana.
Como mostrou a Reuters, a presidente da Comissão Europeia Ursula Van der Leyen também aguarda o resultado final para confirmar sua vinda a Montevidéu, o que só ocorrerá com o acordo pronto para ser anunciado.
Principal opositor do acordo, o governo francês tenta arregimentar aliados para bloquear a proposta no Parlamento europeu, mas a manobra só tem efeito quando o texto for para a votação dos eurodeputados. Até agora, os franceses teriam o apoio da Irlanda, dos Países Baixos e da Polônia, o que ainda não completaria votos suficientes e nem representaria população suficiente para aprovação.
(Reportagem de Lucinda Elliott e Lisandra Paraguassu em Montevidéu)