Por Jack Stubbs
MOSCOU (Reuters) - Autoridades do governo sírio e membros da fragmentada oposição do país podem se reunir em Moscou na próxima semana, no momento em que a Rússia se empenha em intermediar uma solução política para a crise, disse um alto funcionário russo nesta terça-feira.
"Na próxima semana vamos convidar representantes da oposição para uma consulta em Moscou", disse o vice-chanceler russo Mikhail Bogdanov, segundo a agência de notícias Interfax. "A reunião... será possivelmente com a participação de representantes do governo", disse Bogdanov. Ele não especificou quais membros da oposição poderiam comparecer.
Depois de inicialmente rejeitar os grupos de oposição sírios que combatem o presidente da Síria, Bashar al-Assad, seu aliado regional, o governo russo tem demonstrado maior flexibilidade enquanto intensifica os esforços diplomáticos para resolver o conflito que já matou cerca de 250 mil pessoas e forçou milhões a deixarem suas casas.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, se reunirá com o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, em Moscou, na quarta-feira, para discutir as tentativas de iniciar um diálogo entre Damasco e a oposição síria, disse o ministério.
Nas conversações de paz internacionais em Viena, na sexta-feira, onde a Rússia foi a protagonista, o governo russo disse esperar que grupos de oposição participassem de futuras discussões sobre a crise na Síria e trocou uma lista de 38 nomes com a Arábia Saudita.
A lista inclui em sua maioria antigos e atuais membros da Coalizão para as Forças Oposicionistas e Revolucionárias Sírias, bloco de oposição política apoiado pelo Ocidente na Síria, informou o diário russo Kommersant nesta terça-feira.
De acordo com o jornal, entre os citados estavam o ex-líder da coalizão Moaz al-Khatib e o presidente em exercício, Khaled Khoja, bem como representantes de uma gama diversificada de grupos políticos, étnicos e religiosos, incluindo a Irmandade Muçulmana e um movimento pró-democracia cristã.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta terça-feira ser inadequado ligar a estratégia militar da Rússia na Síria com os resultados de uma investigação sobre um acidente de avião no Egito, no fim de semana, em que mais de 200 pessoas morreram.
(Reportagem adicional de Alexander Winning)