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Rahul Gandhi critica primeiro-ministro Modi sobre violência na Índia

Publicado 09.08.2023, 12:41
Atualizado 09.08.2023, 12:45
© Reuters. Líder da oposição indiana, Rahul Gandhi
07/08/2023
REUTERS/Stringer

Por YP Rajesh

NOVA DELHI (Reuters) - O líder da oposição indiana, Rahul Gandhi, fez nesta quarta-feira uma crítica contundente à forma como o primeiro-ministro Narendra Modi lidou com o mortal conflito étnico em Manipur, dizendo que o governo dividiu, quebrou e queimou o remoto Estado do nordeste indiano.

Mais de 180 pessoas foram mortas, centenas ficaram feridas e dezenas de milhares ficaram desabrigadas em Manipur desde maio, mas Modi não abordou publicamente a violência até o mês passado em um Estado controlado por seu próprio partido nacionalista hindu.

Dirigindo-se ao Parlamento pela primeira vez desde sua reintegração como parlamentar na segunda-feira, Gandhi criticou o que chamou de políticas divisivas do partido governante Bharatiya Janata (BJP) durante um debate sobre um voto de desconfiança contra o governo de Modi.

"Você matou a mãe Índia em Manipur", disse Gandhi enquanto os parlamentares da oposição batiam em suas mesas e seus pares governistas o vaiavam.

"Você dividiu, quebrou", disse Gandhi, que fora banido do Parlamento em março depois de ser condenado por difamação, até a Suprema Corte suspender a decisão na semana passada, permitindo que ele fosse reintegrado.

O debate de três dias e a votação que começou na terça-feira também acontecem um mês antes de Modi receber os líderes do G20 para a cúpula anual em Nova Délhi, onde ele pretende mostrar a liderança da Índia no Sul Global.

Gandhi disse que o Exército indiano poderá trazer a paz a Manipur em um dia, mas não está sendo usado, "porque você quer matar a Índia em Manipur", dirigindo-se ao lado do governo.

O governo de Modi enviou dezenas de milhares de forças de segurança adicionais para o Estado de 3,2 milhões de pessoas, mas a violência esporádica continua.

Gandhi, descendente de uma dinastia que deu à Índia três primeiros-ministros, relembrou sua visita a Manipur em junho e suas experiências de conhecer mulheres em centros de socorro, algo que, disse ele, "nosso primeiro-ministro não fez até agora".

"Nosso primeiro-ministro não foi a Manipur porque, para ele, Manipur não fica na Índia", disse Gandhi.

© Reuters. Líder da oposição indiana, Rahul Gandhi
07/08/2023
REUTERS/Stringer

"Você está derramando gasolina em todo o país. Você jogou gasolina em Manipur e acendeu uma faísca, agora está fazendo isso em Haryana, está queimando o país inteiro", disse ele, referindo-se aos confrontos hindu-muçulmanos no norte do estado de Haryana na semana passada em que sete pessoas foram mortas.

Haryana, também governado pelo BJP, na periferia de Nova Délhi, culpou as multidões muçulmanas que atacaram uma procissão religiosa hindu pela violência e chamou isso de uma conspiração maior.

Modi não estava presente no Parlamento quando Gandhi falou, mas deve falar sobre o assunto na quinta-feira antes de ser colocado em votação.

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