AMÃ (Reuters) - Grupos rebeldes sírios que participaram de conversas de paz disseram neste domingo que um aumento em ataques militares e bombardeios sírios estão prejudicando as possibilidades de manter um cessar-fogo mediado pela Rússia e Turquia.
Os grupos rebeldes, em sua maioria apoiados pela Turquia, participaram de duas rodadas de conversas na capital do Cazaquistão, Astana. Eles disseram que apoiam uma solução política, mas que a guerra foi "imposta" a eles pelo exército sírios e seus aliados.
Os grupos operando como a Delegação Militar da Revolução disseram ter reservado o direito de responder a ataques, que em maioria ocorreram no sul, em Homs e nos arredores de Damasco.
"O que está acontecendo destrói possibilidades de uma solução pacífica e dá às facções revolucionárias o direito de uma resposta aberta a cada ataque do regime e de seus aliados", informou o grupo em comunicado.
Mohammad Alloush, chefe da delegação das conversas em Astana, disse que os grupos rebeldes que assinaram o acordo de cessar-fogo no final do ano passado que colocaria fim a bombardeios contra civis, estavam prontos para voltar à guerra.
"Se voltarem à guerra, iremos (também), e se voltarem à paz, voltaremos (à paz)", disse Alloush à Reuters.
Durante a primeira rodada de conversas em Astana, em janeiro, Rússia, Turquia e Irã, também aliada de Assad, reafirmaram o cessar-fogo.
O acordo foi violado repetidamente, com cada lado culpando o outro. Confrontos com grupos jihadistas, como o Estado Islâmico, não fazem parte da trégua e seguem.
Mas nos dias recentes militares sírios, auxiliados pela Força Aérea russa, aumentaram bombardeios em áreas rebeldes na cidade de Deraa, no sul do país. O Exército também aumentou ataques contra subúrbios tomados por rebeldes na capital, o que gerou um aumento no número de mortes civis.
(Reportagem de Suleiman Al-Khalidi)