Por Suleiman Al-Khalidi e Lisa Barrington
BEIRUTE (Reuters) - O principal grupo rebelde que atua no sul da região síria de Ghouta Oriental afirmou neste domingo que está negociando um cessar-fogo com uma delegação da Organização das Nações Unidas (ONU), para a chegada de ajuda humanitária e a retirada de feridos com gravidade.
“Estamos comprometidos em negociações sérias para garantir a segurança e a proteção de civis”, disse Wael Alwan, porta-voz do grupo Failaq al-Rahman.
“Os pontos mais importantes sob negociação são um cessar-fogo, a chegada de ajuda para civis e a saída de casos que requeiram cuidados médicos e pessoas feridas que precisam de tratamento fora de Ghouta.”
Contudo, uma evacuação geral de civis e rebeldes não está sendo considerada, disse.
Recentemente, forças pró-governo sírio avançaram sobre Ghouta Oriental, o último reduto rebelde ao redor de Damasco.
As tropas dividiram Ghouta em três zonas cercadas, em uma das ofensivas mais violentas da guerra civil que já dura sete anos. Os rebeldes sofreram sua maior derrota desde a batalha de Aleppo, em 2016.
Vários pacientes em estado grave foram retirados do lado norte da região, e houve entrada de ajuda humanitária. Isso não ocorreu na região sul ainda.
Pessoas próximas aos dois principais grupos rebeldes – Failaq al-Rahman no sul e Jaish al-Islam no norte – disseram à Reuters que as discussões estão em andamento para a transferência de combatentes dos dois grupos para regiões controladas no sul e norte da Síria.
Após uma manhã de domingo calma, bombardeios voltaram a ser ouvidos em Ghouta Oriental pela tarde, afirmou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
O gabinete da ONU para assuntos humanitários disse na quinta-feira que pelo menos 20 mil pessoas fugiram da região na semana passada. O Observatório disse que foram cerca de 50 mil fugas nos últimos três dias.
No domingo, o presidente sírio Bashar al-Assad visitou posições militares no leste de Ghouta, informou a mídia estatal do país.
“Na linha de fogo em Ghouta Oriental... o presidente Assad com heróis do exército Árabe da Síria”, dizia uma legenda de uma reportagem da imprensa estatal, sobre a visita do presidente, Bashar al-Assad, à região de conflitos.