Por Angeliki Koutantou
ATENAS (Reuters) - Um menino recém-nascido foi encontrado morto depois que seus refugiados pais alcançaram a costa de uma ilha grega em um barco que veio da Turquia, neste sábado, enquanto novos tumultos entre milhares de imigrantes e a polícia acontecia em outra ilha grega.
O bebê foi levado da ilha de Agathonisi para um hospital na ilha próxima de Samos, onde foi pronunciado morto, disse o serviço de guarda costeira da Grécia.
A Grécia está tendo dificuldades para lidar com uma onda de migrantes e refugiados da guerra na Síria fazendo a travessia curta da Turquia para as suas ilhas, inclusive Kos, Lesbos, Samos e Agathonisi. Milhares estão esperando para serem identificados e transportados para Atenas para continuar a viagem para outros países europeus.
Uma balsa grega desembarcou 2.500 imigrantes no porto de Piraeus, no sábado, levando o número total de pessoas que foram para o continente desde a última segunda-feira para 13,373, segundo a guarda costeira.
Em um sinal de como a situação está difícil, pelo segundo dia, em Lesbos, houve tumultos em um conflito entre a polícia e aproximadamente 3 mil imigrantes protestando sobre os longos processos de identificações, disse uma testemunha da Reuters.
No começo do dia, aproximadamente mil imigrantes saíram de um campo temporário e bloquearam estrada central da ilha, disse uma autoridade da polícia à Reuters, sob a condição de anonimato.
"É difícil, há pouca água, nós temos crianças, temos bebês pequenos, temos deficiências em todos os tipos de serviços", disse um imigrante sírio à Reuters TV, após sair da balsa em Pireu.
O prefeito da principal cidade de Lesbos alertou neste sábado que a ilha boicotaria a eleição geral de 20 de setembro se o governo não abordar a situação imediatamente.
"Uma ilha com 85.000 pessoas recebeu o fardo de uma grande crise humanitária", disse Spyros Galinos de acordo com a agência Athens News.
"Estamos pedindo que as pessoas de Lesbos não participem das próximas eleições e estamos claramente manifestando nossa intenção de não organizar os colégios eleitorais, se não houver ações imediatas".
O primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, e comissário de Imigração, Dimitris Avramopoulos, prometeram a Atenas 33 milhões de euros para ajudá-la a resolver a crise de imigração.
O ex-primeiro ministro grego Alexis Tsipras, que renunciou mês passado para se preparar para a eleição, e seu principal rival conservador Evangelos Meimarakis, estão em campanhas eleitorais difíceis e trocaram farpas na sexta-feira sobre o assunto.
Avramopoulos, em Atenas, pediu que os partidos evitem politizar o assunto.
"De todo o coração, espero que o governo que assuma após as próximas eleições resolva os grandes problemas econômicos e o problema dos imigrantes e refugiados com prudência e responsabilidade", disse, após encontrar-se com o presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, e o primeiro-ministro interino, Vassiliki Thanou.