Por Jibran Ahmad e Hamid Shalizi
PESHAWAR, Paquistão/CABUL (Reuters) - O Taliban afegão libertou dois reféns ocidentais nesta terça-feira, disseram autoridades do governo do Afeganistão, finalizando uma troca de prisioneiros adiada ao receber três comandantes do grupo militante e despertando a esperança na retomada dos esforços de paz.
O norte-americano Kevin King e o australiano Timothy Weeks foram sequestrados em agosto de 2016 nos arredores da Universidade Americana do Afeganistão, em Cabul, onde trabalhavam como professores.
Apoiada pelos Estados Unidos, a decisão do governo de realizar a troca é vista como essencial para encaminhar conversas diretas com os militantes islâmicos, que até agora vêm se recusando a tratar com o que classificam como um regime "fantoche" ilegítimo em Cabul.
"Os dois professores estão livres e em segurança e estão sendo cuidados agora", disse um funcionário afegão de alto escalão, pedindo anonimato por não estar autorizado a falar à mídia.
Ele não deu maiores detalhes.
Mais cedo nesta terça-feira, três fontes do Taliban a par do acordo --inclusive uma do Catar, lar da liderança política do Taliban afegão-- disseram que os três comandantes do Taliban que foram parte da troca foram soltos de uma prisão no Afeganistão.
"Pouco depois de sua libertação, eles foram levados de avião a Doha e entregues ao escritório político do Catar", disse um líder do Taliban no Afeganistão, que não quis se identificar por não ter autorização para falar publicamente sobre o acordo.
Os porta-vozes do governo afegão e da embaixada dos EUA em Cabul não estavam disponíveis de imediato para comentar.
King e Weeks foram vistos pela última vez em um vídeo de 2017 no qual aparecem desgrenhados e clamando aos seus governos para que garantam sua libertação.
A troca de prisioneiros pode ajudar a impulsionar os esforços para encerrar a guerra afegã.
Os EUA e o Taliban passaram a maior parte do ano passado debatendo um plano para a retirada das tropas norte-americanas em troca de garantias de segurança do grupo.
Mas o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu as conversas no mês passado na esteira da morte de um soldado de seu país e outras 11 pessoas em um ataque a bomba do Taliban em Cabul.