📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Regime sírio organizou temidas milícias fantasmas, dizem investigadores de crimes de guerra

Publicado 04.07.2023, 16:36
Atualizado 04.07.2023, 16:40
© Reuters. Manifestantes retiram pôster gigante do presidente sírio, Bashar al-Assad, em Deraa
25/03/2011
REUTERS/Vídeo Amador via Reuters TV

Por Stephanie van den Berg e Maya Gebeily

HAIA/BEIRUTE (Reuters) - Nos primeiros anos do conflito brutal na Síria, altos funcionários do governo estabeleceram e dirigiram grupos paramilitares conhecidos como shabbiha para ajudar o Estado a reprimir oponentes, documentaram investigadores de crimes de guerra.

Em um relatório compartilhado com a Reuters, a Comissão Internacional de Justiça e Responsabilidade (Cija, na sigla em inglês) publicou sete documentos que seus investigadores disseram mostrar que os mais altos níveis do governo da Síria "planejaram, organizaram, instigaram e implantaram" as shabbiha desde o início da guerra, em 2011.

Investigadores da ONU em 2012 concluíram que havia motivos razoáveis para acreditar que as milícias shabbiha cometeram crimes contra a humanidade, incluindo assassinato e tortura, e crimes de guerra, como prisões e detenções arbitrárias, violência sexual e pilhagem.

Os documentos do Cija não contém ordens escritas diretas para que atrocidades fossem cometidas.

O governo sírio não respondeu a um pedido de comentário da Reuters. Anteriormente, o governo culpou os combatentes da oposição por vários assassinatos em massa estudados pela Cija no relatório. O governo não comentou publicamente sobre as shabbihas, que significa fantasmas em árabe, ou se teve algum papel na organização dos grupos.

Datados de janeiro de 2011 -- os primeiros dias dos protestos contra o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad --, os documentos detalham a criação dos chamados Comitês Populares, grupos que incorporaram partidários do regime já conhecidos como shabbiha ao aparato de segurança, e os treinou, instruiu e armou, disse o relatório.

Os documentos incluem instruções em 2 de março de 2011 da inteligência militar às autoridades locais por meio de Comitês de Segurança dirigidos pelos líderes do partido Baath, de Assad, para "mobilizar" informantes, organizações de base e os chamados amigos do governo de Assad. Em documentos posteriores, em abril, eles são ordenados a transformá-los em Comitês Populares.

© Reuters. Manifestantes retiram pôster gigante do presidente sírio, Bashar al-Assad, em Deraa
25/03/2011
REUTERS/Vídeo Amador via Reuters TV

Eles também contêm instruções em abril, maio e agosto de 2011 para Comitês Populares do recém-criado Comitê Central de Gerenciamento de Crise (CCMC), uma mistura de forças de segurança, agências de inteligência e altos funcionários que se reportavam diretamente a Assad, disse o relatório.

Uma das primeiras diretrizes do CCMC, datada de 18 de abril de 2011, e incluída na íntegra no relatório, determinava que os Comitês Populares fossem treinados no uso de armas contra manifestantes, bem como na forma de prendê-los e entregá-los às forças do governo.

(Reportagem de Stephanie Van Den Berg e Maya Gebeily)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.