LONDRES (Reuters) - O Reino Unido se tornou nesta quinta-feira o primeiro país a formalmente licenciar um tratamento de fertilização in vitro planejado para criar bebês a partir de três pessoas.
Críticos do tratamento afirmam que é um passo perigoso que vai levar à criação de bebês projetados geneticamente modificados.
Numa decisão há muito esperada, a Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana (HFEA) britânica deu o sinal verde final para o tratamento conhecido como transferência mitocondrial, que, segundo médicos, pode prevenir doenças herdadas incuráveis.
O Parlamento britânico votou no ano passado para mudar a lei e permitir os tratamentos, se e quando eles estiverem prontos para o licenciamento. Essa última decisão da HFEA significa que os primeiros bebês criados pela técnica no Reino Unido poderiam nascer em 2017.
Mark Walport, principal conselheiro científico do governo, chamou a decisão da HFEA de uma avaliação “cuidadosa e ponderada” que coloca o Reino Unido na dianteira dos avanços médicos.
A técnica envolve a intervenção no processo de fertilização para remover a mitocôndria, que age como pequenas baterias dentro das células e que, se tiver falhas, pode causar problemas cardíacos fatais, problemas no fígado, desordem cerebral, cegueira e distrofia muscular.
O tratamento é projetado para ajudar as famílias com doenças mitocondriais - condições incuráveis transmitidas na linha materna que afetam cerca de uma em 6.500 crianças em todo o mundo.
(Por Kate Kelland, correspondente sobre Saúde e Ciência)