GENEBRA (Reuters) - O órgão de comércio das Nações Unidas pediu nesta quarta-feira que o crescimento global seja retomado por meio da redução das desigualdades entre os países e que os principais bancos centrais desempenhem um papel na estabilização da economia mundial.
No Relatório de Comércio e Desenvolvimento de 2023, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês) afirmou que as crescentes desigualdades entre os países contribuem para a fraca demanda global e limitam o investimento e o crescimento.
"Não há uma força motriz clara para impulsionar a economia mundial em um caminho de recuperação robusto e sustentável", afirmou.
Em uma declaração que acompanha o relatório, a Secretária Geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan, disse que há necessidade de uma combinação equilibrada de políticas fiscais, monetárias e de medidas do lado da oferta para alcançar a sustentabilidade financeira e impulsionar o investimento.
"A regulamentação precisa abordar as assimetrias cada vez mais profundas do sistema comercial e financeiro internacional", disse ela.
A UNCTAD disse que o crescimento econômico mundial deverá desacelerar de 3% em 2022 para 2,4% este ano, com poucos sinais de recuperação em 2024.
Para combater a estagnação do crescimento, o relatório recomenda que a redução da desigualdade se torne uma prioridade política nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. O documento afirma que os bancos centrais devem desempenhar um papel mais forte na estabilização da economia e que os sistemas de dívida devem garantir acesso confiável à liquidez para atingir esse objetivo.
"À luz das crescentes interdependências na economia global, os bancos centrais devem assumir uma função estabilizadora mais ampla, o que ajudará a equilibrar as prioridades da estabilidade monetária com a sustentabilidade financeira de longo prazo", disse o relatório.
(Por Gabrielle Tétrault-Farber)