DORTMUND/BERLIM (Reuters) - Com o Partido Social Democrata (SPD) caindo nas pesquisas na Alemanha, seu líder convocou o partido a desafiar a chanceler Angela Merkel nas eleições de setembro com um programa de investimentos, justiça social e uma Europa mais forte.
As chances de negar um quarto mandato à Merkel parecem pequenas para o SPD, que atualmente é um aliado recente em sua coalizão, mas alguns estão esperando uma insurgência como a realizada pelo Partido Trabalhista do Reino Unido, sob o comando de Jeremy Corbyn, na eleição de 8 de junho.
O SPD desperdiçou os ganhos de cerca de 10 pontos obtidos após Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, ter sido nomeado líder do partido no fim de janeiro. Uma pesquisa Emnid divulgada neste domingo mostrou que os conservadores Democratas Cristãos, de Merkel, estavam ampliando sua vantagem para 15 pontos.
Schulz, dirigindo-se a membros do partido que se reuniram para acordar um manifesto para a eleição de 24 de setembro, focou em educação gratuita, redução da carga tributária sobre alemães de baixa e média rendas, investimento em infraestrutura e a promoção de uma Europa unida.
“Estamos vivendo em um momento de perturbação. Agora a Europa deve ser fundada novamente”, disse Schulz, ressaltando a importância dos direitos humanos, desarmamento e investimento em infraestrutura digital.
“Esta é a tarefa para a Europa, a tarefa para o SPD”, disse ele em um discurso combativo, que durou 80 minutos, para cerca de 600 delegados e 5 mil convidados.
“Eu tenho lutado por esses ideais durante minha vida. Vale (SA:VALE5) a pena ir às ruas por estas ideias, para garantir que o próximo governo seja um social democrata que as tornará realidade. Por esta ideia vale a pena lutar apaixonadamente”, ele disse, enquanto era aplaudido.
Ele também acusou Merkel de fracassar em enfrentar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e criticou duramente o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, dizendo que ele deveria libertar jornalistas presos.
O SPD perdeu confiança após ter perdido o poder em duas eleições estaduais e não ter conseguido vencer a terceira este ano. Para ter uma chance de vencer em setembro, o SPD, de centro-esquerda, precisa mobilizar apoiadores tradicionais.
(Por Holger Hansen e Madeline Chambers)