NOVA YORK (Reuters) - O comediante Robin Williams deveria passar por um teste neurológico uma semana antes de cometer suicídio no ano passado e, provavelmente, só teria mais três anos de vida, disse a viúva do ator nesta terça-feira.
Em sua primeira entrevista desde que Williams se enforcou com um cinto em sua casa na Califórnia, Susan Williams descreveu como o ganhador de um Oscar e astro do filme "Bom Dia, Vietnã" estava "simplesmente se desintegrando" física e mentalmente nos meses que antecederam sua morte.
O ator morreu em agosto de 2014, aos 63 anos, e havia sido diagnosticado com mal de Parkinson três meses antes. Ele mostrava sintomas, como enrijecimento, andava inclinado e confuso, afirmou ela no programa "Good Morning America", da rede de televisão norte-americana ABC.
Uma autópsia revelou que Williams também sofria de demência e um declínio progressivo das habilidades mentais, relatou a viúva.
"Se Robin tivesse sorte, teria tido mais três anos. E teriam sido anos difíceis. E há uma boa chance de que ele fosse internado", afirmou ela, referindo-se ao prognóstico de um dos médicos do artista.
Após uma vida inteira de luta contra a dependência, Williams passou os oito anos anteriores à sua morte "completamente limpo e sóbrio", mas sua depressão crônica havia voltado, juntamente com a paranoia, acrescentou.
O amado ator estava ciente de que perdia o juízo e, embora estivesse se controlando, "no último mês não conseguiu. Foi como se uma represa estourasse", disse sua viúva à ABC. Em sua última semana de vida, os médicos estavam planejando interná-lo em uma clínica para exames neurocognitivos, contou Susan. "Mas ele jamais falou em tirar a vida", declarou.