(Reuters) - Roteiristas de Hollywood disseram ter chegado a um acordo provisório com representantes de estúdios de cinema e televisão para firmar um novo contrato nesta terça-feira, o que evitou uma greve que poderia ter paralisado a gravação de talk shows e novelas.
As partes acertaram cláusulas segundo as quais as temporadas de televisão serão mais curtas --um tema importante desde o advento dos serviços de streaming-- e haverá um aumento de 15 por cento nos royalties (conhecidos como residuais) de TV, de acordo com um memorando do Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) aos profissionais da área publicado em seu site.
Os membros do sindicato como um todo irão receber 130 milhões de dólares a mais durante a vigência do novo acordo, disseram os negociadores no memorando, sem especificar o período de tempo.
"Esse resultado e essa determinação são um testamento para vocês, sua coragem e sua fé em nós como seus representantes", escreveram. Os membros ainda têm que aprovar o pacto.
O sindicato de 9 mil integrantes havia dito estar preparado para convocar uma paralisação e piquetes nos grandes estúdios de cinema e televisão já no início desta terça-feira se nenhum acordo fosse firmado até a meia-noite de segunda-feira.
O foco das conversas foi a revolução da indústria televisiva desde a chegada de serviços de streaming como Netflix e Amazon e a diminuição resultante no número médio de episódios de uma temporada de comédia ou drama roteirizados – de 22 para cerca de 10.
O sindicato diz que seus membros, que são pagos por episódio, sofreram uma redução média de 23 por cento na renda nos últimos três anos.
A entidade estava negociando com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, que representa as gigantes do entretenimento Comcast Corp (NASDAQ:CMCSA), Walt Disney, CBS, Viacom, Time Warner Inc (NYSE:TWX). e Twenty-First Century Fox Inc.
Se uma greve fosse convocada, o público veria o primeiro impacto nos talk shows de fim de noite, que usam equipes de roteiristas para criar piadas sobre temas atuais.
A última greve do WGA ocorreu em 2007/8 e durou 100 dias. As redes de TV exibiram reprises e mais reality shows, e o custo para a economia do Estado da Califórnia foi estimado em 2,1 bilhões de dólares, de acordo com o Instituto Milken.
(Por Brendan O'Brien, em Milwaukee)