MOSCOU (Reuters) - Uma autoridade de alto escalão da segurança russa alertou o Reino Unido, nesta quarta-feira, a não navegar novamente com seus navios de guerra perto da Crimeia, a menos que deseje que marinheiros britânicos se machuquem.
O alerta, emitido por Mikhail Popov, vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, ocorre após um incidente no mês passado em que o navio de guerra britânico "HMS Defender" exerceu o que Londres disse serem regras de liberdade de navegação internacionalmente reconhecidas em águas territoriais ucranianas perto da Crimeia.
A Rússia anexou a Crimeia da Ucrânia em 2014 e diz que as águas ao redor da península pertencem a Moscou agora, apesar da maioria dos países ainda reconhecer a área como ucraniana.
Popov, em uma entrevista ao jornal estatal Rossiiyskaya Gazeta, disse que o comportamento do Reino Unido e sua reação subsequente ao incidente foram desconcertantes.
Em particular, ele criticou as sugestões do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, de que o incidente pode se repetir.
"Ações semelhantes serão frustradas com os métodos mais duros no futuro pela Rússia, independentemente da lealdade do violador ao Estado. Sugerimos que nossos oponentes pensem bem se vale a pena organizar tais provocações, dadas as capacidades das Forças Armadas russas", disse Popov.
"Não são os membros do governo britânico que estarão nos navios e embarcações usados para fins provocativos", acrescentou. "E é nesse contexto que quero fazer uma pergunta ao mesmo Boris Johnson e a Dominic Raab -- o que eles dirão às famílias dos marinheiros britânicos que se machucarão em nome de ideias tão 'grandiosas'?"
(Por Gabrielle Tétrault-Farber)